sábado, 19 de novembro de 2011

Jesus Cristo, Rei do Universo


Primeira Leitura (Ez 34, 11-12-15-
17)
Leitura da Profecia de Ezequiel
Assim diz o Senhor Deus: “Vede! Eu mesmo
vou procurar minhas ovelhas e tomar conta
delas. Como o pastor toma conta do rebanho,
de dia, quando se encontra no meio das
ovelhas dispersas, assim vou cuidar de
minhas ovelhas e vou resgatá-las de todos os
lugares em que foram dispersadas num dia de
nuvens e escuridão.
Eu mesmo vou apascentar as minhas ovelhas
e fazê-las repousar – oráculo do Senhor Deus.
Vou procurar a ovelha perdida, reconduzir a
extraviada, enfaixar a da perna quebrada,
fortalecer a doente, e vigiar a ovelha gorda e
forte. Vou apascentá-las conforme o direito.
Quanto a vós, minhas ovelhas – assim diz o
Senhor Deus – eu farei justiça entre uma
ovelha e outra, entre carneiros e bodes.
Palavra do Senhor.

Salmo de meditação (Sl 22)
Ref: O Senhor é o Pastor que me conduz; *
não me falta coisa alguma.

1. Pelos prados e campinas verdejantes * ele
me leva a descansar.*Para as águas
repousantes me encaminha * e restaura
minhas forças.
2. Preparais, à minha frente, uma mesa, *
bem à vista do inimigo, * e com óleo vós
ungis minha cabeça; * o meu cálice
transborda.
3. Felicidade e todo bem hão de seguir-me *
por toda a minha vida; * e, na casa do
Senhor, habitarei * pelos tempos infinitos.

Segunda Leitura(I Cor 15, 20-26.28)
Leitura da Primeira Carta de São Paulo
aos Coríntios.
Irmãos: na realidade, Cristo ressuscitou dos
mortos como primícias dos que morreram.
Com efeito, por um homem veio a morte e é
também por um homem que vem a
ressurreição dos mortos. Como em Adão
todos morrem, assim também em Cristo todos
reviverão.
Porém, cada qual segundo uma ordem
determinada: em primeiro lugar, Cristo, como
primícias; depois, os que pertencem a Cristo,
por ocasião da sua vinda. A seguir, será o
fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai,
depois de destruir todo principado e todo
poder e força. Pois é preciso que ele reine até
que todos os seus inimigos estejam debaixo
de seus pés. O último inimigo a ser destruído
é a morte.
E, quando todas as coisas estiverem
submetidas a ele, então o próprio Filho se
submeterá àquele que lhe submeteu todas as
coisas, para que Deus seja tudo em todos.
Palavra do Senhor.

Evangelho (Mt 25, 31-46)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo
segundo Mateus
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
“Quando o Filho do Homem vier em sua
glória, acompanhado de todos os anjos, então
se assentará em seu trono glorioso. Todos os
povos da terra serão reunidos diante dele, e
ele separará uns dos outros, assim como o
pastor separa as ovelhas dos cabritos.
E colocará as ovelhas à sua direita e os
cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos
que estiverem à sua direita: ‘Vinde benditos
de meu Pai! Recebei como herança o Reino
que meu Pai vos preparou desde a criação do
mundo! Pois eu estava com fome e me destes
de comer; eu estava com sede e me destes de
beber; eu era estrangeiro e me recebestes em
casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava
doente e cuidastes de mim; eu estava na
prisão e fostes me visitar’.
Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor,
quando foi que te vimos com fome e te
demos de comer? Com sede e te demos de
beber? Quando foi que te vimos como
estrangeiro e te recebemos em casa, e sem
roupa e te vestimos? Quando foi que te vimos
doente ou preso, e fomos te visitar?’
Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu
vos digo, que todas as vezes que fizestes isso
a um dos menores de meus irmãos, foi a mim
que o fizestes!’
Depois o rei dirá aos que estiverem à sua
esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide
para o fogo eterno, preparado para o diabo e
para os seus anjos. Pois eu estava com fome e
não me destes de comer; eu estava com sede
e não me destes de beber; eu era estrangeiro e
não me recebestes em casa; eu estava nu e
não me vestistes; eu estava doente e na prisão
e não fostes me visitar’.
E responderão também eles: ‘Senhor, quando
foi que te vimos com fome, ou com sede,
como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e
não te servimos?’ Então o Rei lhes
responderá: ‘Em verdade eu vos digo, todas
as vezes que não fizestes isso a um desses
pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’
Portanto, estes irão para o castigo eterno,
enquanto os justos irão para a vida eterna”.
Palavra da Salvação.

Reflexão

O Ano Litúrgico termina com a festa de
Cristo Rei. E fica a pergunta: quem é esse
Cristo Rei para a comunidade reunida para
celebrar o memorial da Páscoa?
A primeira leitura mostra em que consiste a
realeza de Deus: ela é serviço à liberdade e à
vida das pessoas. Sobretudo das que são
impedidas de viver.
O Evangelho, por sua vez, nos compromete
radicalmente com a prática da justiça,
traduzida em solidariedade e partilha com
todos os necessitados, vendo neles o próprio
Cristo e sacramento da salvação. Jesus hoje
continua nos desafiando, colocando-nos
diante dos irmãos “menores e mais fracos”.
Paulo, por sua vez, com a ressurreição de
Jesus comprova a vitória da justiça.
Dentro de nós há uma semente de
ressurreição, de justiça, de partilha e
solidariedade. Jesus fala das obras de
misericórdia ensinadas pelo judaísmo: dar de
comer aos famintos, dar de beber aos que têm
sede, acolher o estrangeiro, vestir os nus,
visitar os doentes, acrescentando a visita aos
prisioneiros; não menciona, porém, a
educação dos órfãos e o sepultamento dos
mortos, que também faziam parte das
recomendações.
Quem não praticou essas obras perdeu a
oportunidade de fazer isso ao próprio Jesus
presente nos necessitados. Se ele está nos
irmãos, ele está no meio de nós em todos os
lugares e momentos. O Reino de que Jesus
fala é um reino não de poder, mas sim de
serviço: “O Filho do homem não veio para
ser servido. Ele veio para servir” (Mt 20,28).
Esse é o critério de julgamento. Entrar no
reino supõe que os discípulos tenham seguido
os passos do pastor, do mestre a serviço de
todos, especialmente dos mais necessitados.
É possível proclamar a realeza de Cristo
enquanto seus irmãos prediletos são
excluídos da liberdade e do direito à vida
digna?
Chamá-lo de Cristo Rei e deixá-lo com fome,
com sede, sem casa, nu, doente, aprisionado,
sem direito à educação em nosso meio?
“Entre nós, está, e não o conhecemos, entre
nós está e nós o desprezamos”

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