sexta-feira, 30 de setembro de 2011

XXVII Domingo Tempo Comum - 02 de outubro de 2011




Primeira Leitura (Is 5, 1-7)
Livro do Profeta Isaías
Vou cantar para o meu amado o cântico da vinha de um amigo meu: Um amigo meu possuía uma vinha em fértil encosta. Cercoua, limpou-a de pedras, plantou videiras escolhidas, edificou uma torre no meio e construiu um lagar; esperava que ela produzisse uvas boas, mas produziu uvas
selvagens. Agora, habitantes de Jerusalém e cidadãos de Judá, julgai a minha situação e a de minha vinha. O que poderia eu ter feito a mais por
minha vinha e não fiz? Eu contava com uvas de verdade, mas por que produziu ela uvas selvagens? Pois agora vou mostrar-vos o que farei com
minha vinha: vou desmanchar a cerca, e ela será devastada; vou derrubar o muro, e ela será pisoteada. Vou póia-la inculta e selvagem: ela não será podada nem lavrada, espinhos e sarças tomarão conta dela; não deixarei as nuvens derramar a chuva sobre ela. Pois bem, a vinha do Senhor dos  exércitos é a casa de Israel, e o povo de Judá, sua dileta plantação; eu esperava deles frutos de justiça – e eis injustiça; esperava obras de bondade – e eis iniqüidade. Palavra do Senhor.

Segunda Leitura (Fl 4, 6-9)
Carta de São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas
necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamento em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos,
ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor. Praticai o que aprendestes e recebestes de mim, ou que de mim vistes e ouvistes. Assim o Deus da paz estará convosco. Palavra do Senhor.

Evangelho (Mt 21, 33-43)
Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, Jesus disse aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo: “Escutai esta outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, fez nela um lagar para esmagar as uvas e construiu uma torre de guarda. Depois, arrendou-a a vinhateiros, e viajou para o estrangeiro. Quando chegou o tempo da colheita, o proprietário mandou seus empregados aos vinhateiros para receber seus frutos. Os vinhateiros, porém, agarraram os empregados, espancaram a um, mataram a outro, e ao terceiro apedrejaram. O proprietário mandou de novo outros empregados, em maior número do que os primeiros. Mas eles os trataram da mesma
forma. Finalmente, o proprietário, enviou-lhes o seu filho, pensando: ‘Ao meu filho eles vão respeitar’. Os vinhateiros, porém, ao verem o
filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Vinde, vamos matá-lo e tomar posse da sua herança!’ Então agarraram o filho, jogaram-no para fora da vinha e o mataram. Pois bem, quando o dono da vinha voltar, o que fará com esses vinhateiros?” Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo
responderam: “Com certeza mandará matar de modo violento esses perversos e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos no tempo certo”. Então Jesus lhes disse: “Vós nunca lestes nas
Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos’?
Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos”. Palavra da Salvação

Reflexão
A liturgia deste domingo continua o tema da vinha, um poema composto pelo profeta Isaías, em que é descrito o amor de Deus e a resposta do povo.
A 1ª leitura nos ajuda a entender que se trata de fazer obras boas em favor do próximo, a justiça social. No Evangelho, Jesus retoma o poema de Isaías que se assemelha à 1ª leitura. Na época da colheita, o dono não entrega
os frutos, maltrata os enviados, substitui os empregados, mata pessoas.
A parábola ilustra a recusa de Israel em aceitar o projeto de salvação que Deus oferece aos homens através de Jesus Cristo. O dono é o Senhor que manifestou muito amor pela vinha. Os vinhateiros, são os chefes de Israel. Os enviados, são os profetas, o próprio Cristo (o Filho de Deus). Resultado: Jesus anuncia que “a vinha” vai ser retirada e confiada a trabalhadores
que produzem e entregam a Deus os frutos colhidos, pois os frutos expressam a gratidão ao desvelo de Deus para com a sua vinha. Hoje, a Palavra nos diz que somos os trabalhadores da vinha que devemos produzir os frutos para não decepcionar as esperanças do Senhor na hora da colheita.
A responsabilidade pelo zelo da vinha não está restrita a alguns, deve ser uma preocupação do cristão, pois em Jesus Cristo todos se tornam  membros do povo eleito. Nesse sentido, todo cristão deve sentir-se inserido
nesta vinha do Senhor e motivado a produzir muitos e bons frutos de justiça, paz e mansidão. É preciso semear não apenas com palavras e
sim, com testemunho, que é o que realmente fica. “Praticai o que aprendestes e recebestes de mim”, diz São Paulo na 2ª leitura de hoje.
Quais são os frutos que produzem hoje as nossas comunidades?
Produzem justiça, amor, paz, serenidade? Produzem felicidade para todas as pessoas ou se restringem a mostrar solenes liturgias, feitas de palavras e gestos desligados da vida? Preocupam-se em saber qual a vontade do
único e legítimo Senhor da vinha?

Leituras da semana
2ª feira: Jn 1, 1-2,1.11;Jn 2;Lc 10, 25-37
3ª feira: Jn 3, 1-10;Sl 129;Lc 10, 38-42
4ª feira: Jn 4, 1-11; Sl 85; Lc 11, 1-4
5ª feira: Ml 3, 13-20a; Sl 1;Lc 11, 5-13
6ª feira: At 1, 12-14; Lc 1, 46-57;Lc 1, 26-38
Sábado: Jl 4, 12-21; Sl 96; Lc 11, 27-28

sábado, 24 de setembro de 2011

XXVI Domingo Tempo Comum - 25 de setembro de 2011

Primeira Leitura (Ez 18, 25-28)
Profecia de EzequielAssim diz o Senhor: “Vós andais dizendo: A conduta do Senhor não é correta. Ouvi, vós da casa de Israel: É a minha conduta que não é correta, ou antes é a vossa conduta que não é correta?Quando um justo se desvia da justiça, pratica o mal e morre, é por causa do mal praticado que ele morre. Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou  e observa o direito e a justiça, conserva a própria vida. Arrependendo-se de todos os seus pecados, com certeza viverá; não morrerá”.Palavra do Senhor.
 Salmo Responsorial (Sl 24)

Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e compaixão!
1. Fazei-me conhecer a vossa estrada, vossa verdade me oriente e me conduza! Porque sois o Deus da minha salvação, em vós espero, ó Senhor, todos os dias.
2. Recordai, Senhor, meu Deus, vossa ternura e a vossa compaixão, que são eternas! De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia e sois bondade, sem limites, ó Senhor!
3. O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho.

Segunda Leitura(Fl 2, 1-11)

Carta de São Paulo aos Filipenses.
Irmãos: Se existe consolação na vida em Cristo, se existe alento no mútuo amor, se existe comunhão no Espírito, se existe ternura e compaixão, tornai então completa a minha alegria: aspirai à mesma coisa, unidos no mesmo amor; vivei em harmonia, procurando a unidade.
Nada façais por competição ou vanglória, mas, com humildade, cada um julgue que o outro é mais importante e não cuide somente do que é seu, mas também do que é do outro.
Tende entre vós o mesmo sentimento que existe em Cristo Jesus. Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens.
Encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome.
Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor ” para a glória de Deus Pai.
Palavra do Senhor.

Evangelho (Mt 21, 28-32)
Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
Naquele tempo, Jesus disse aos sacerdotes e anciãos do povo: “Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?”Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “O primeiro”. Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo, que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Porque João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os cobradores de impostos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele”.
Palavra da Salvação.
REFLEXÃO

O tema central da liturgia de hoje é a justiça do Reino. A primeira leitura está no contexto do Exílio da Babilônia.
O povo acusa Deus de injusto e de agir incor-retamente. Entre o povo havia a ideia de que o pecado marcava para sempre a vida e a descendência de quem pecava.
O profeta, como portavoz de Deus, mostra que a salvação de uma pessoa não depende de seus antepassados e parentes.
Deus nos julga conforme o que somos hoje. Nunca é tarde para nos arrependermos, porque Deus quer a vida para todos.
Ezequiel nos fala em praticar o direito e a justiça, nos convertermos constantemente. Julgar que somos “justos” é uma cegueira pessoal que faz semear dúvidas sobre a conduta e as crenças de quem é diferente de nós. Filipos, comunidade dividida por causa do espírito de competição e egoísmo, foi a primeira cidade da Europa a receber a men-sagem cristã, entre os anos 55-57.
Por isso, Paulo apresenta Jesus como modelo de filho fiel e obediente que se torna servo e convida os que se dizem seguidores dele a terem “o mesmo sentimento que existe em Cristo Jesus”.
Para fazermos a vontade do Pai, a Carta aos Filipenses nos mostra o caminho assumido por Jesus: “Esvaziou-se a si mesmo assu-mindo a condição de servo”.
O fato de sermos cristãos, de exercermos um ministério na Igreja, não deve ser motivo de elogios, de prepotência, de nos sentirmos mais e melhores que outras pessoas.
É motivo sim de solidariedade, de espírito de comunhão e serviço; de um permanente pro-cesso de encarnação no mundo dos excluídos.
Nesta carta, Paulo nos lembra que o esvaziar-se de qualquer orgulho é o caminho de quem deseja seguir Jesus até as últimas consequên-cias. O Evangelho de hoje conta a parábola do filho que diz “não”, mas se arrepende e vai trabalhar na vinha do Pai; e do outro filho que diz “sim, senhor” ao pai, mas não vai.
Jesus pergunta quem fez a vontade do Pai.
Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo di-zem que é o filho que disse “não”, mas cum-priu a vontade do Pai. Jesus completa dizen-do que os cobradores de impostos e as pros-titutas vão preceder no Reino de Deus os che-fes que não acreditaram na pregação de João Batista e no caminho de justiça que ele ensi-nou. Fazendo o que Deus espera, quem é pe-cador torna-se justo; não fazendo, quem se considera justo torna-se pecador.
Hoje ouvimos uma das frases mais duras de Jesus: “Os cobradores de impostos e as pros-titutas vos precedem no Reino de Deus”. A lei que Jesus exige é colocar em prática a vontade do Pai que ama toda pessoa e, em especial, os mais necessitados e desprezados.
Jesus nos ensina a reconhecer a justiça das pessoas que não têm boa fama, mas praticam a justiça. Ensina-nos a denunciar, para o bem delas e de todos que sofrem sua influência, as que têm boa fama, os considerados santos, mas não praticam a justiça, conforme o pro-jeto do Pai. Jesus é o filho que diz “sim” e faz o que o Pai decidiu. Todas as pessoas que acolhem e seguem concretamente Jesus cum-prem a vontade do Pai.
Será que temos ficado apenas nas palavras? O nosso sim ao projeto de Deus é capaz de reverter as situações mais difíceis? 

Leituras da semana
2ª feira: Zc 8, 1-8; Sl 101; Lc 9, 46-50
3ª feira: Zc 8, 20-23; Sl 86; Lc 9, 51-56 
4ª feira: Ne 2, 1-8; Sl 136; Lc 9, 57-62
5ª feira: Dn 7, 9-10.13-14; Jo 1, 47-51
6ª feira: Br 1, 15-22; Sl 78; Lc 10, 13-16
Sábado Br 4, 5-12.27-29; Sl 68; Lc 10, 17-24

sábado, 3 de setembro de 2011

XXIII Dom Tempo Comum - 04 de setembro de 2011


“O amor é o cumprimento perfeito da Lei”

Primeira Leitura (Ez 33, 7-9)
 Profecia de Ezequiel
Assim diz o Senhor: “Quanto a ti, filho do homem, eu te estabeleci como vigia para a casa de Israel. Logo que ouvires alguma palavra de minha boca, tu os deves advertir em meu nome.
Se eu disser ao ímpio que ele vai morrer, e tu não lhe falares, advertindo-o a respeito de sua conduta, o ímpio vai morrer por própria culpa, mas eu te pedirei contas de sua morte.
Mas, se advertires o ímpio a respeito de sua conduta, para que se arrependa, e ele não se arrepender, o ímpio morrerá por própria culpa, porém, tu salvarás tua vida.

Salmo de meditação (Sl 94)
 Ref: Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de Deus!
1. Vinde, exultemos de alegria no Senhor,* aclamemos o Rochedo que nos salva!* Ao seu encontro caminhemos com louvores,* e com cantos de alegria o celebremos!
2. Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra,*e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!* Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor,+ e nós somos o seu povo e seu rebanho,* as ovelhas que conduz com sua mão.
3. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:* “Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram,* apesar de terem visto as minhas obras”.

Segunda Leitura (Rm 13, 8-10)

Carta de São Paulo aos Romanos
Irmãos: Não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei.
De fato, os mandamentos: “Não cometerás adultério”, “Não matarás”, “Não roubarás”, “Não cobiçarás”, e qualquer outro manda-mento, se resumem neste: “Amarás ao te próximo como a ti mesmo”.
O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei.

 Evangelho(Mt 18, 15-20)
 Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: “Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão.Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público.Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está nos céus.Pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles”.
Uma Reflexão
A primeira leitura de hoje compara a missão do profeta com a da sentinela. O profeta é um homem com uma sensibilidade espiritual muito aguda.
Ele é o primeiro que percebe os caminhos através dos quais o Senhor quer conduzir o seu povo. É sempre ele o primeiro que se dá conta que determinados modos de pensar, determinadas experiências e determinadas escolhas não estão em conformidade com Deus. É seu dever, nesses casos, intervir, falar francamente, alertar aqueles que estão correndo o perigo de afastar-se de Deus. Se Ele não cumprir este seu dever, é responsável pela ruína dos seus irmãos. Se, ao contrário, adverte a quem está se comportando mal, mas este não atende, então ele não é culpado. Todos nós somos profetas, todos nós somos sentinelas, somos responsáveis, em parte, pelo destino dos nossos irmãos. Na segunda leitura de hoje, Paulo expõe um princípio geral que ajuda na solução de qualquer problema moral. Quando não sabemos qual a
melhor atitude a ser tomada, quando não temos certeza sobre as escolhas a serem feitas, é preciso tomar como ponto de referência o mandamento do qual derivam todas as leis: “Ama o teu próximo como a ti mesmo”. O capítulo 18 do Evangelho de Mateus, foi escrito para responder aos problemas internos das comunidades cristãs. Nesse capítulo são expostas diversas orientações e prescritas  algumas normas que tem por objetivo desenvolver o amor e favo-recer a harmonia entre os membros da comu-nidade. O trecho de hoje enfrenta um destes problemas: que atitude tomar em relação a quem erra? A lei do amor com certeza obriga a um esforço para reconduzi-lo ao bom caminho; mas como proceder numa questão tão delicada?
Há uma coisa que não deve ser feita: espalhar a notícia do erro cometido. A difamação pode destruir um homem: “um golpe de língua quebra os ossos” (Eclo 28,17), pode matar um irmão, pode arruinar uma família, pode destruir um casamento.
A verdade que não produz amor, mas que provoca perturbação, que gera discórdias, ódios e rancores, não deve ser dita. Não se pode contar tudo o que é verdade, ou tudo aquilo que se conhece.
Não se deve, especialmente, dizer a verdade para aqueles que dela querem se servir para o mal. Analisemos agora o caminho que Jesus propõe para dizer a verdade a um irmão que está em perigo de se perder, porque está cometendo erros. O caminho que se deve seguir inclui três etapas. Primeira: ir falar pessoalmente com o irmão. Se esta primeira tentativa não obtém resultado, o segundo passo é pedir ajuda a um ou dois irmãos da comunidade, que tenham sensibilidade e sabedoria. A última etapa é o apelo à comunidade. Isto somente pode acontecer nos casos nos quais a falta cometida seja um perigo de inquietação para todos os irmãos, especialmente para os mais fracos na fé. Este evangelista de fato faz questão de ressaltar que a Igreja não se compõe só de santos, mas também de pecadores, é um terreno onde crescem trigo e cizânia, é uma rede que apanha todos os tipos de peixes, é um banquete para o qual são convidados bons e maus.
Com certeza a comunidade não tem o direito de expulsar um dos membros que se compor-ta mal somente pelo fato dela se sentir humi-lhada com a sua presença, pois a Igreja não é um grupo de pessoas sem pecados que exclui aqueles que erram. Por outro lado não se pode negar que a Igreja tenha o direito e até o dever de alertar e denunciar tudo o que for contrário ao Projeto de Deus.
Porém, fazendo isso com muito amor e mise-ricórdia para salvação daqueles que erraram. Pensando nesta reflexão de hoje, quantas ve-zes devemos perdoar? Estamos sendo frater-nos em nossa comunidade?